Meu filho Tem Olho Torto, e Agora?
No olho humano, existem seis pares de músculos extra-oculares, que estão inseridos do lado de fora de cada globo ocular e controlam seus movimentos. Para que os olhos fiquem alinhados e focalizados num ponto, todos os músculos oculares devem estar num equilíbrio perfeito das forças. Quando os músculos oculares não trabalham em conjunto ocorre o estrabismo.
É mais freqüente entre as crianças, mas pode ocorrer também nos adultos. Atinge ambos os sexos e, em alguns casos, tem caráter familiar. Os tipos mais conhecidos de estrabismo são a esotropia (ET), que ocorre quando um ou ambos os olhos desviam para dentro, e a exotropia (XT), quando um ou ambos os olhos entortam para fora, sendo que esse acontece mais em situações de desatenção e cansaço. Até os três meses de idade, a falta de controle do movimento dos olhos do bebê não caracteriza estrabismo.
Na criança a forma mais frequente de estrabismo é a endotropia acomodativa, que representa cerca de 80% de todos os estrabismos e aparece geralmente entre os 2 e os 5 anos. Resulta do esforço que a criança tem de fazer para focar as imagens e, na maioria dos casos, é provocada por uma hipermetropia não compensada. Quando criança, é importante que se comece o tratamento o quanto antes para, assim, evitar o aparecimento da ambliopia (“olho preguiçoso”).
Nos adultos, o estrabismo pode ocorrer devido a doenças neurológicas, diabetes, doenças de tiróide, tumores cerebrais, acidentes etc.
Outra causa importante de estrabismo é a baixa visão de um dos olhos (ou estrabismo sensorial), principalmente na forma de XT (olho desviado para fora), o que pode ocorrer na presença de catarata, descolamento de retina ou outra causa grave de baixa visão.
Existe também o pseudoestrabismo, que é uma condição muito frequente onde fatores anatômicos ou funcionais podem simular um desvio nos olhos, como epicanto (prega de pele no canto interno dos olhos que cobre parcialmente a parte branca ou esclera, simulando esotropia ou desvio para dentro dos olhos), ponte nasal larga (base baixa do nariz) ou alterações da distância interpupilar (entre as pupilas).
O principal objetivo do tratamento do estrabismo é preservar a visão, colocar os olhos de forma paralela e recuperar a visão binocular. O tipo de tratamento realizado vai depender muito da causa do estrabismo e pode ser clínico, óptico ou cirúrgico, e o médico oftalmologista é o profissional capaz de tratar, diagnosticar e orientar devidamente todos os casos de estrabismo.
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